Fazer Amor no Século XXI
Fazendo amor com a arte, entre o sagrado e o profano.
Olá, pessoal!
Escrever, sabe muito bem quem escreve, é transcendental. E, para quem escreve, é função essencial. É como respirar, comer, beber água. É como sentir a água do mar, contemplar o crepúsculo, ouvir música, beijar, fazer sexo, fazer amor. Sim, é como fazer amor. É como amar. Quem escreve ama até a última gota. Ser lido, então, ah, que sensação deliciosa…! Ser lido é tão sublime quanto ter sido amado. Tão único quanto amar.
Dame una noche de asilo
Dame un remanso
Yo te daré lo que tengo
Este amor que no me explico
Pasan los años, y sigue a espaldas del tiempo
Quiero que me hables del tiempo
Que te desnudes como si fuera algo corriente
Como si verte desnuda no me aturdiera tan sistemáticamente
Tu piel me sea desconocida, me deje siempre intranquilo
Prefiero lamer después mis heridas a que tu amor pierda filo(Jorge Drexler)
33 poemas sobre o Amor e suas multiplicidades
por Clarice Dall’Agnol
Meu primeiro livro de poemas nasceu ontem. Intitula-se “Fazer Amor no Século XXI”, e foi editado com muito carinho, competência, originalidade e excelência pelas mentes e mãos do incrível casal literário Bruno Zeni e Silvia Nastari, “comandantes” e editores da Editora Quelônio, que há dez anos realiza um trabalho artesanal primoroso e único com os livros dos sortudos autores e autoras que são por eles selecionados para publicar obras pela sua aclamada, magnífica e acolhedora casa editorial.
Sobre meu processo de criação do livro com a Quelônio, já falei com detalhes em outra edição desta news, há algumas semanas. Foi belíssimo, e inesquecível! Confiram aqui, no Insta da Quelônio.
Hoje, só quero dividir com minhas leitoras e meus leitores a alegria imensa de, após vinte anos escrevendo, enfim ver meus poemas beijarem o mundo literário; fazerem amor com quem escolher lê-los.
Um amigo muito querido – o genial escritor Eduardo A. A. Almeida, autor do lindíssimo livro de poemas “Sutilezas, fins" (Editora Pedregulho), do pungente romance “Diante dos meus olhos” (Editora Reformatório), e do originalíssimo livro de minicontos “O belo e a besta” (Editora Moinhos) – escreveu uma bela resenha que me deixou emocionadíssima sobre meu “Fazer Amor", e hoje compartilho-a com vocês, leitoras e leitores. Obrigada, caro Eduardo, por tamanha gentileza! Aqui vai:
Como fazer amor nos tempos da cólera?
Com o perdão da paródia, essa pergunta foi uma das que me ocorreram enquanto lia Fazer amor no século XXI, de Clarice Dall’Agnol, editado neste fim de 2023 pela Quelônio.
O livro é na verdade uma plaquete com 44 páginas e cerca de 30 poemas. Obra que, já de início, chama atenção pela coragem. Afinal, a humanidade tomou caminhos tão bizarros, que falar de amor agora é seguir na contramão. Ou, no mínimo, um gesto anacrônico. E logo esse assunto tão enraizado na história da literatura!
É bonito porque encontramos ali amores variados, que escapam do sentimentalismo pasteurizado comum em romances “água com açúcar”, filmes, músicas, reflexões de redes sociais etc. São amores alegres, dramáticos, inquietantes, voluptuosos, perturbadores, dolorosos, motivadores, sutis, cativantes, poderosos, que vão alinhavando diferenças e aproximações. E que ganham forma na companhia de outros temas, como o mar, o sul, o corpo, a memória, as amizades, o ofício da poetisa.
Clarice produziu um livro tocante. Que traz ainda a qualidade de ter a medida exata – falar demais sobre o amor pode ser um perigo! Assim, também paro por aqui, deixando o convite a quem quiser experimentar a leitura.
(Eduardo A. A. Almeida)
*Para conhecer as obras do Eduardo, confira no Instagram: Eduardo Almeida
Quando o poema vira livro
por Cassiano Rodka
Existe um sentimento que define a emoção de ver os seus escritos publicados em um livro pela primeira vez. Mas uma palavra para esse sentimento ainda escapa o dicionário.
Se tivesse que escrever uma receita desse sentimento, eu colocaria um bocadinho de orgulho, um outro tanto de realização pessoal, um punhado de concretização de algo que procura uma forma há anos e parece finalmente transformar-se em um objeto tátil. É como se a poesia saísse do universo das ideias e tomasse forma material. Aquele conjunto de palavras que costuramos de um jeito muito pessoal agora pode ser manuseado, consumido pelos olhos, processado pelas mentes de diferentes pessoas. E é aí que entra outro ingrediente imprescindível: o outro.
Quando alguém pega nosso livro na mão é como se colhessem nossa poesia de uma árvore. Esperamos que ela seja mordida, mastigada e degustada com prazer. Somos chefs das palavras, empolgados com os efeitos que cada pedaço de poema pode trazer. Eles são agora parte do mundo, sementes na cabeça de quem os lê. Florescerão de acordo com a maneira como forem regados. Já não são mais nossos, são algo mais.
Lancei meu primeiro livro, “Partituras”, há quase dez anos. Ver minha irmã e sócia do PáginaDois dando esse primeiro passo é um momento que se adiciona à nossa longa caminhada. São 18 anos traduzindo sentimentos em palavras. Criando conexões com um público cada vez maior, que nos carrega no celular e nos coloca na estante. Quando escrevemos, nos tornamos espelho de quem nos lê. Quando lidos, existimos.
Superdicas
📚 Fazer Amor no Século XXI, de Clarice Dall’Agnol, traz 33 poemas da autora, escritos entre final de 2021 e meados de 2023, período em que a pandemia estava aos poucos se “acalmando”, e em que a vida (e o amor!) pareciam fazer sentido novamente. O livro, em formato de plaquete, é parte de uma coleção de oito títulos, que estão também lindíssimos, de autoria dos talentosos escritores Rafael Marcon, Talita Lilla, Michele Soares, Louise Belmonte, Priscila Kerche, Laís Sartori e Daniela Storto. A coleção toda pode ser adquirida no site da Editora Quelônio, pelo e-mail quelonioeditora@gmail.com. “Fazer Amor” também pode ser encomendado com a própria autora, pelo whatsapp (11)98558-4545, ou e-mail clariceddallagnol@gmail.com. Em breve, toda a coleção estará na Livraria Ponta de Lança e na Livraria da Tarde, ambas em São Paulo.
📚 Partituras, de Cassiano Rodka, é um livro de contos que reúne alguns dos melhores textos do autor. Com seu estilo escrita melódico, contemplativo e bem-humorado, Rodka dá vida a personagens peculiares e cativantes, que conduzem o leitor pelos caminhos inusitados de suas histórias. O livro pode ser encomendado pelo e-mail cassiano@cassianorodka.com
🎧 Jorge Drexler, sempre, qualquer álbum, qualquer música, principalmente porque o poema que dá título ao livro da Clarice foi inspirado pela canção “Amor al Arte”, que está no álbum “Tinta y Tiempo”. Outros poemas da coletânea carregam influências das canções do magnífico músico e compositor uruguaio, que é um verdadeiro poeta!
🎞 Durante a década de 1970, uma sala de cinema em Roma é usada como ponto de encontro para jovens gays. É assim que os protagonistas de Nuovo Olimpo, Enea e Pietro, se conhecem e se apaixonam. Dirigido por Ferzan Özpetek, o filme traz uma narrativa sensível e pé no chão sobre duas vidas que se unem entre o desejo e o segredo.
📺 Baseada em um livro de mesmo nome, a série Uma Questão de Química conta a história de Elizabeth Zott (interpretada por Brie Larson), uma talentosa química que não é levada a sério pela comunidade científica dos anos 1960 por ser mulher. As interpretações são ótimas, e o roteiro é bem interessante. Disponível no Apple TV+.
💥 Verões Felizes é uma HQ que celebra os pequenos prazeres da vida. Sabe quando chega a hora daquelas merecidas férias após passar o ano todo trabalhando? Pois então, cada capítulo dessa graphic novel retrata esse momento anual em que a família Faldérault se joga de cabeça na temporada de férias. A Pipoca e Nanquim lançou uma edição integral caprichada, com todas as histórias da série reunidas. Altamente recomendada para as suas merecidas férias!
🍹 O bar Caledonia, localizado em Pinheiros, em São Paulo, traz uma carta de coquetéis super originais, que prestam homenagens a filmes emblemáticos na história do cinema. Além, é claro, da variedade imensa de 120 tipos de whiskey, que são o carro-chefe da casa.
🍴🍹 O Clos é um winebar gostosíssimo e original no tradicional e boêmio bairro da Vila Madalena, em São Paulo. Serve “uma seleção de vinhos produzidos por pequenos produtores, muitos com produção limitada, em garrafas e taças. Conta ainda com um menu delicado, além de servir opções de tábuas de queijos e charcutaria”.
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Até a próxima! 🍒🧚♀️
Excelente exemplar.